O que é Endoscopia Digestiva Alta (EDA)?

A EDA é um exame que visualiza o interior do esôfago, do estômago e do duodeno por meio de um tubo fino (menos de um centímetro de diâmetro) e flexível, que contém lentes, luz própria e uma câmera digital em sua extremidade. Este tubo, chamado videoendoscópio, permite a visualização dos órgãos, a documentação fotográfica das áreas de interesse e, quando necessário, a realização de biópsias ou procedimentos terapêuticos.

Como é o preparo?

Para realização do exame é necessário que o paciente esteja em jejum absoluto (inclusive água), por um período de, no mínimo, 8 horas.  A fim de se evitar complicações hemorrágicas, é necessário  suspender o uso de anticoagulantes, anti-agregantes plaquetários e anti-inflamatórios por 5 dias antes do exame, e informar ao médico endoscopista a presença de alguma condição que comprometa a coagulação sangúinea. Antes de suspender a medicação, consulte seu médico.

Respeitando critérios de segurança e as normas da legislação Brasileira (SS-169/96, CFM 1.409/94 e SS-SP 2/2006) é obrigatória a presença de um acompanhante adulto, lúcido e previamente identificado. O exame somente será realizado na presença física do mesmo, desde o momento da chegada do paciente até o término do atendimento.

Como é o exame?!

Inicialmente, o paciente ingere uma pequena quantidade de dimeticona (Luftal®) para melhorar as condições de visualização durante o exame.  Será então aplicado na garganta, um spray anestésico à base de lidocaína para diminuir a sensibilidade local. Para sedação, serão administradas medicações via endovenosa, com objetivo de diminuir a ansiedade, causar sonolência e proporcionar maior conforto durante o exame. Estas medicações têm efeito amnésico, sendo comum o paciente não se lembrar do exame, nem de episódios ocorridos momentos depois.

O exame tem duração média de 15 minutos, sendo necessário que o paciente permaneça em repouso após a sua realização por, no mínimo, 20 minutos, até que se sinta confortável para retornar para casa.

O exame pode ser realizado em gestantes ou mulheres que amamentam?

Não é recomendado realizar EDA durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre. Ela só é realizada em casos específicos, quando os benefícios são maiores que os riscos para a mãe e o bebê. Se estiver grávida, converse com seu médico antes da realização do exame. Se estiver amamentando, algumas medicações não podem ser utilizadas, portanto essa informação deve ser fornecida ao agendar o exame. Nestes casos, recomenda-se que o leite seja retirado completamente por bombinha, 4 a 6 horas após a realização do exame, e descartado. Depois disso a amamentação pode ser realizada sem riscos ao bebê.

Recomendações após o exame

Devido ao uso de sedativos, após o exame o paciente não poderá dirigir, bem como não se recomenda andar na garupa de motos. O ideal, é retornar para casa e fazer repouso. Não se deve realizar atividades físicas e tarefas que necessitem de atenção (p.ex. operar máquinas e objetos cortantes) por um período de no mínimo 8 horas.

Após cessar o efeito anestésico na garganta (cerca de 30 minutos após o término do exame), pode-se ingerir alimentos leves e mornos. Evitar alimentos ácidos e muito condimentados. As medicações habituais também podem sem ingeridas após o paciente estar bem acordado.

Podem ocorrer complicações?

A endoscopia digestiva alta é um procedimento bastante seguro, no entanto, não é isenta de riscos.  As complicações mais frequentes são a flebite (dor e inchaço no trajeto da veia puncionada) e desconforto na garganta. Complicações mais graves, incluindo alterações cardiorrespiratórias (como hipotensão e depressão respiratória) são muito raras, e podem estar relacionadas à medicação sedativa ou ao próprio procedimento. Outras complicações como perfuração e sangramento são raras e excepcionais, sendo mais frequentes em exames terapêuticos (retirada de corpo estranho, dilatações de estenoses, ligadura elástica/esclerose de varizes, retirada de pólipos, dentre outros). É importante o paciente reconhecer os sinais iniciais de complicações (como dificuldade pra engolir, febre, dor intensa no peito ou abdome, com piora progressiva) e, imediatamente, contatar à equipe de endoscopia.

Vale ressaltar que nosso serviço dispõe de recursos necessários para assistência à saúde diante de qualquer intercorrência ou complicação.

Obs.: O objetivo destas informações é apenas fornecer orientações gerais, não substituindo o aconselhamento médico definitivo. É essencial que discuta com o seu médico acerca da sua condição clínica específica. Para maiores esclarecimentos, agende uma consulta com nossa equipe.